domingo, 25 de outubro de 2009

Cannonball

Há ainda um pouco do teu sabor em minha boca
É você ainda um pouco enlaçada em minhas dúvidas
Ainda um pouco difícil de dizer
O que está acontecendo...

Há ainda um pouco do teu fantasma,
teu olhar...
Ainda um pouco da tua face,
que eu ainda não beijei
Você se aproximando a cada dia
E eu não posso dizer,
o que está acontecendo...

Pedras
Ensinaram-me a voar
Amor
Este ensinou-me a mentir
Vida
Ensinou-me a morrer
Então, não é difícil cair
Quando se flutua,
como uma bola de canhão...

Há ainda um pouco de sua canção,
em meus ouvidos
Há ainda um pouco de suas palavras,
que eu poderia ouvir
Você pisando mais perto de mim,
ao ponto de eu não ver,
o que está acontecendo...

Pedras
Ensinaram-me a voar
Amor
Este ensinou-me a chorar...
Então venha coragem
Ensine-me a ter vergonha
Porque é fácil de cair...

E eu não quero assustá-la
Não é fácil cair
E eu não quero perder
Não é fácil crescer
Quando você sabe que,
simplesmente não sabe!

Letra original: http://vagalume.uol.com.br/damien-rice/cannonball.html

sábado, 24 de outubro de 2009

Um ateu em crise existencial
Não é fácil
É como andar no metrô
Sem ter onde segurar...

Larguei tudo
Joguei tudo pro alto
Radicalizei

Chega de Inglês
Chega de me enganar
Chega de disfarçar
Indo ao Kung Fu às sextas
E me machucar...

Estou louco
Loucamente louco
Sem pé no chão
Decepções
A aula que deixei de dar
Me entristeceu

Foi o gatilho
Para que minha bala explodisse
Radicalizei

Larguei tudo
Agora sou só eu
E meus objetivos...

Larguei tudo!
Triste
Por dentro alegre
E orgulhoso!

Tomei uma decisão!
Chega de acordar tarde!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Socorro

Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor, uma emoção pequena
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento
Acostamento
Encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada
Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Nem vontade de chorar
Nem de rir
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor, uma emoção pequena
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta,
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva

Arnaldo Antunes

sábado, 10 de outubro de 2009

Pessimismo, Inércia, Melancolia...

Sensações estranhas
A vida na cidade
A vida no campo
Coisas, nada me comove...

Os grandes pratos de comida
O sabor, a dor de barriga
Meu pavor, os carros
Os amigos... Os sonhos
O futuro

A "Cidade e as Serras" não me convém mais...

Procurar a alegria...
Viver e sorrir?
Ser triste sem razão
Passar as tardes deitado...
Estudando ou conversando...?
Qual a diferença?

Provas e o acúmulo de saber
Os barulhos das janelas
Os carros, os ônibus e o vento
Gritam, eu já não tenho anoitecer

O pôr-do-sol, seu nascer e a morte duma abelha
A vida na terra e a vida em outros lugares
O amor, a alegria, a tristeza, a vida e o pôr-do-sol

A razão de viver, a razão de estudar, a razão de amar
E um conjunto nulo...
A matemática, a física, e todas ciências...

No final dois e dois são quatro.
E o ser humano vai se extinguir.

domingo, 4 de outubro de 2009

Carinhoso

E ele era carinhoso
Demorou para se ver como tal
Um dia alguém lhe disse
Ao divagarem sobre
Mas pensando bem
Um dia...
Ele fora falsamente carinhoso
O carinho era como um instinto
Como a mãe a amamentar
Ele era carinhoso com as próximas
Mesmo quando não convinha ser
E ele se sentia mal
Mal como a garota de programa
Que acaricia apaixonadamente seu cliente
O beija e diz palavras amigas
Passa a mão sobre seus cabelos
Apenas para exercer seu papel
De agradar a clientela
Ele era carinhoso assim
Instintivamente carinhoso
Não sabe o porquê
Mas é e continuará sendo
Não se imagina a viver sem seu carinho
Ele é carinhoso.