terça-feira, 17 de junho de 2008

Silly Ode In English (The first one I guess)

Expressionless I get
Like things we hear in debutants parties
Explaining about connections in the world we live
Laying down on beds which aren't gorgeous
Stressing out muscles and rice on dishes to make
Loving to smoke on time to study
Having good chats before supper's time
Discussing the meaning of life
And living a significant life to ourselves
Nothing more to write
Nothing more to utter about
Nothing more to state in words
Those words which we don't own
Expressionless I get
Like things we hear in debutant parties

sábado, 14 de junho de 2008

Ascenção perante a existência (filosofias e teoremas sobre o sentido da vida)

Uma colina com simples degraus
Aqueles de minha infância
Eu era uma tabula rasa
Manchada de poucas cores
Pelo pouco que vivi
Que vivo

A guia e todos os degraus desalinhados
Como uma torta reta
Quase curva
Pintados todos eles de tinta branca
Desgastada pelo tempo
A lei do menor esforço
Do menor preço
Coisas que odeio
Passam a encantar os meus olhos

Colinas verdes
Acompanham a escada
Como se ela fosse a coluna
De costas humanas
Que vão do cóccix para a nuca
Subo lentamente

Degrau por degrau
E as árvores mortas não oferecem tanto abrigo
Só a pequena fauna de insetos brilham no nublado
Só as flores humildes contrastam com cores
Passo, passos, respirações lentas...
Já movem meu coração mais rapidamente

O horizonte parece decair
Colinas se mostram mais abaixo conforme subimos
Chego ao alto
Degraus, passadas
Movimento de pernas
Erguendo a esquerda e a direita
Nunca em ordem
Encho meus olhos
Direita e esquerda
Aquele frio que esquenta nessas horas
Aquece a mente e gela o coração

Sou como um projeto
De Castro Alves
Sem espumas flutuantes
Sem nada flutuante
Sem muitas espumas

Defronte
Um pouco de espanto
Um sorriso gracioso
De lado
Insondável
Seria insondável a palavra para o sem som?
É inaudível pensar certas horas
Um bonito cemitério

Charming?
Pleasant?
Quite...

Em colinas abaixo
Lápides brancas, cruzes, árvores mortas
Algo moribundo
Largados sobre as gramas a muito não aparadas
Moacir a morrer
No lar dos mortos
No milenar ecossistema
Agora o silenciaram
Após milênios de crescimento
Frutificação, raízes
Nichos e habitats

“Vita, status plantarum et animalium, est contrarium mortis”
Diz a enciclopédia rápida
Fruto das mãos humanas
Que de sentido vitae
Só tem o fim

Morria o ecossistema
Lá para as sombras
Das rochas vermelhas
Das árvores mortas
A sombra invisível
Que come o fruto dos vegetais
Em que às seivas não entram mais decomposição

Descanso no nublado
No fim da tarde

Chegando ao ápice
Desvendando a gênese da criação
Solucionando o futuro
Cometendo metáforas
Elaborando analogias históricas literárias
Inocento a mãe que dá seu filho
Em troca de sua morta
O Moacir
Iracema é audaz, muito mais
Que Martin, o guerreiro
Colonizador, inocente
America, audaz
Por aqui os que deram seu amor
Sobreviveram
Morreram os resistores
Aculturados
Decepados
Seus corpos viraram quebra-cabeças
Misturados com muitos outros
Onde já não encaixam mais peças
Onde as peças são lucro
Orelha
Bagos
Comida
O fim...
O fim dos resistores
Dos bárbaros
Dos pagãos

O sentido da vida
É o fim
O fim é o sentido do vetor vida
Não temos direções neste vetor
É como curvas
Retas
Procuramos o caminho
Achamos-nos
E recuamos
Vivemos por achar a direção do vetor
O vetor vida
Em que seu sentido tem só um
O fim
Tentamos impor-lhe uma intensidade
E não sabemos por que
Só recebemos resultados
E o comprimento vetorial corta nossa função
E nada mais tem sentido para nós
Nada

Olhamos ao céu
Milhões e milhões de estrelas
Galáxias
E nós
Nada
Nada
Nada
Lixos

A vida não tem sentido no final de tudo
Não há sentido em saber o sentido
Nem a direção
Nem o porquê do além do homem
Nem o porquê das civilizações
Do poder
De toda existência
Se temos sentido
Este é o fim
Nada mais além do fim
Alguns o encurtam em direção
Achando que assim a sua intensidade é maior

Outros o prolongam
E suspiram cada milímetro até o fim
Sem regozijo
E ao final de tudo
Por que mais tempo?

Outros equacionam o vetor
Para dar trabalho
Trabalham
Trabalham
E geram joules e joules de energia
Que no final
Dissipam-se e para onde todo este trabalho foi?

Outros não sabem de nada disso
Começam
E terminam
E nem sentimos tanto a suas presenças
Nada demais deixam
Alguns nada deixam
E levam junto um pedaço de nós
Sem sabermos

Outros destroem tudo
Investem na intensidade
Consomem de tudo em volta
E encurtam toda a direção
Denigrem o sentido do sentido
Os piores tipos...

E tem os que respeitam o sentido
Sabem manejar a direção
Artesões incomparáveis das direções
Arquitetando a intensidade
Intensificando o vetor
Por influenciar tudo
Intensidade
Direção
Sentido
Tudo junto
Sempre a seguir o caminho ao sentido
Sempre caindo em direções
E ao além do homem talvez
Chegam
Mas isso nunca acontece
E os além homens se escondem
Ou não existem
Ou não são páreos
E suas vidas viram tentativas
Do melhor tipo de vida
Algo metafísico
Por saber do sentido único
Só eles sabem
Só os além homens
Sofredores
Os verdadeiros homens
Que vivem e morrem
E deixam pegadas
Vestígios

Assim nossos vetores caminham
Ao fim
Sem sentido
Afinal...

E meus passos já são inexatos
Infinitos após tudo
Horas e horas e horas
E o tempo é só o tempo
Tudo tem tempo
Não fugimos dele
E filosofara eu por horas
E horas
Pisava em gramas escuras
E cuspia metáfora
Fazia inimagináveis teorias do caos
Da vida
Analogias
Transcendentais mais que reais
Atingia conscientemente meu ápice
Subia as colinas
Para o pico
O meu clímax
Orgástico
Eloqüente

Sentia cada parte do meu corpo
Dominava cada átomo
Desfrutava do melhor de minha saúde
Suava narcóticos
Em jejum
Perseverante
Como se meu corpo estivesse em transe
Uma transa com o universo
Sentia minha relação sexual intensa
Com a existência
Com tudo que via
Que sei
Aproveitando de cada som
Cheiro
Visão
Toque
Paladar

E sentia o prazer
Fodendo a vida
Transando com tudo que conheço
E semeando
Em seu ventre
Uma tentativa de reprodução
Sentido único da vida de nossos genes
O chefe de nosso ADN
Sentido único e biológico da vida

Esperava que isso se tornasse social
E mexia com a linguagem
Cheirava filosofia
Minhas teorias
Imaturas
Mas teorizava o que no final
É apenas gênero do conhecimento
Não conhecimento
Não há conhecimento
Isso não existe!

Nada existe
Vivemos a irrealidade
Vivemos o que é falso
A vida não existe no final das contas
Nada existe
E nos alegramos ao saber disso
E vivemos por saber disso
Talvez sejamos nós os inventores da vida
E quanto mais sabemos
Mais vivemos

Sinto a vida
E por isso vivo
Não por que penso
Por que não penso
Eu vivo
Não pensamos
Vivemos, logo existimos

Montes artificiais
Feitas por mão armadas
Armadas de tecnologias
Rudimentares
Terra após terra cavada
Escavava corpos
E mais colinas sobre os meus pés eu sentia

Agora
Nos montes andavam pés vivos
Vida, novamente
Ilusão
A melhor das criações humanas
Só átomos e matérias existem
Que no final
Sabemos que não existem
É tudo mentira
Nem o Yin nem o Yang

Os meus pés diferem dos pés mortos
Por que, apesar da matéria
Ela existia ordenadamente
Em sistemas compostos
Em trabalho
Trabalho intensifica a vida
Põe-nos energias voláteis
O meu sistema ainda tinha energia
Energia reposta todos os dias
Até o tanque se encher
Ficar de saco-cheio

Um homem pensando no passado
Já era noite
O que se passará além colinas?
O que se passara cá colinas?
Guerras? Pragas?
Foram os presentes mortos gente?
Destruidores apenas?
Consumidores apenas?
(Se isto existia no plano do que é existe para os homens donos daquelas mortes)
Donos de meros passos da evolução positivista humana?
Donos de passos como os meus?
Pelas colinas...?

Devagar, sem rumo...
Inconcluível
Ser iluminado
Este sim dá passos
E sabe da não existência de passos
Do ta lento dos mortos
Do ta lento dos vivos
Dos poucos capazes do título de homens
Nobres!
E do grande número de pobres servos
Que nada fizeram/fazem por isso
Dos nobres irreconhecidos
Dos servos conhecidos
Dos nobres rejeitados
Dos servos admirados
Dos sociopatas como martela meu amigo
Realmente ele está certo
Só damos diferentes nomes às coisas

Ao longe
Um homem anda
Como qualquer homem
E ninguém vê
Ninguém sabe da sua vida
Da sua existência
Até mesmo ele se questiona de tudo
E vive por questionar
Por tudo aquilo que pensa
(vide estrofes anteriores)
Raro homem
Homem
Mais que um corpo andante sobre o horizonte
Sem trégua, nem futuro
Para o inferno manda o futuro!
Objetivos subjetivos
Ideais objetivos
Esquecidos objetos sobre o caminho
Não tem objetivo afinal
Sobre passos
Nas gramas verdes
Acha objetivo
E perde novamente
Nas gramas à noite negras
No incolor reluzente da lua
Desaparece

Agora ele está longe
-Para onde vais? Gritar-lhe-ão
Para onde vai ele?
Homem
Novo homem
Homem do século vinte um
Que anda escondido
No escuro das mortas colinas
Cinzentas
De pedras
Escondido no verde que ama

Administrador inconsciente
Inatuante
Da evolução, destruição
De eras, fases
Provavelmente atingirá o fim
Morrerá em colinas semelhantes
Deixando rastros
Sem sentido
Sem, porém
No vácuo do universo
Da não existência
E não existirá mais
E nada mais teve sentido pra ele
Deixando o sentido com outros
Que também não haverão de ter sentido um dia

Ele vê pegadas sobre as colinas
O medo num punhado de pó
O abrigo da árvore morta
A sombra da rocha vermelha
Ou colunas
Que começam no cóccix
E terminam na nuca
Não o vemos mais
Só a lua, as colinas, a natureza-morta
Literalmente morta
Lápides e seus rastros
Claros rastos sobre o escuro
Como pinturas de Caravaggio
Lápides e pegadas
Homem
Nobre homem
Do século
Do século de agora
Rastros do homem
A fugir sempre
E se encontrar
Colinas... após colunas...