segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Sobre o projeto SSS

-Texto enviado ao meu ex-professor Paulo Henrique



Na escola muitas vezes fazemos muitos trabalhos. Muitos deles produtivos, outros não. Em sua maioria não chegam lá a ser algo muito utilitário em nossas vidas. No final de dois mil e seis eu já estudava no CEFET-SP. Meu primeiro ano do ensino médio, primeiro ano na federal e apesar de estar de conselho, eu tive a oportunidade de escolher um entre cinco projetos para ser estudado no ano seguinte. E foram nas aulas de biologia do professor Paulo Henrique que eu decidi qual projeto faria. Sempre me interessavam as aulas de biologia, pois o professor sabia muito bem fazer associações e analogias que levavam a matéria para um âmbito menos abstrato da matéria, foi quando eu soube que um dos projetos seria o SSS – Saúde, Sabor e Saber; cujo mesmo seria ministrado pelo professor de biologia. Enfim, após pensar muito eu decidi que faria SSS, o projeto que abordaria entre tantos outros assuntos, a alimentação como maior foco.



Nesse ano de dois mil e seis eu fui sortudo, ao contrário de dois mil e sete. Os professores foram mais justos e perspicazes ao ponto de me aprovarem de ano mesmo tendo algumas pequenas dificuldades disciplinares, coisa da idade também, que me colocavam mais atrás em matérias como matemática e física, as que demandavam muito mais que disciplina. Passei de ano, e algo que sempre me alegrava era saber que, mesmo com sono, chegaria à escola e poderia aprender coisas muito úteis e interessantes nas aulas de SSS durante as terças e quintas. Eram aulas de sociologias sobre como se deu a evolução do homem, sempre com a alimentação em foco. Aprendemos que uma das coisas que mais moveram a evolução, não só do homem, como de todos os seres vivos, foi o fato de eles competirem por uma nutrição. Aprendi que todos os sentidos e todo o corpo são projetados, em um todo, para a sua nutrição e para que o ser portador desse corpo possa correr atrás de sua nutrição. Vimos o que é a nutrição, os alimentos, a importância deles, do que eles são formados, o que essas substâncias passam em nossos corpos para que adquiramos sustento através desses compostos. De onde vem o alimento que consumismo, aprendemos muito sobre a indústria alimentícia, sobre a pecuária e seus problemas, o vegetarianismo (algo que até eu adotei por um tempo), os problemas ambientais relacionados a alimentos, a agricultura, alimentos orgânicos, entre outros... O suficiente para fazer deste ano algo descente para minha vida e de meus colegas ali presentes, acredito eu que esses colegas que passaram de ano não aproveitaram tanto quanto eu este projeto.



Agora sobre aquele trabalho da historia e origem das bebidas mais consumidas em nossa sociedade. Foi um trabalho proposto no terceiro bimestre. O professor nos dividiu em grupos e nos deu, para cada grupo, uma bebida para pesquisar toda a sua história, do que ela é feita, se é benéfica, maléfica, quais efeitos no corpo ela proporciona, de onde vem, como foi descoberta... O meu grupo foi encarregado do café. Mas houve que eu me lembre: Vinho, chá, destilados e cerveja. Pode estar faltando algum. Depois que os grupos já houvessem pesquisado, eles seriam espalhados pela sala, onde cada membro do grupo que estaria apresentando passaria de grupo em grupo explicando sobre sua bebida. A nota seria dada por aqueles que estivessem assistindo a apresentação e o professor também faria sua parte vendo todos por um geral. Seria um modelo muito intimo de explicar tal matéria, como uma conversa entre amigos. Víamos nos olhos do aluno que apresentava, se ela estava ou não preparado. Ou nos empolgávamos com aqueles que tinham a matéria na ponto da língua, era algo bem descontraído. Sobre as outras bebidas eu não me lembro muito, por não estar aquele ano esbanjando da melhor concentração do mundo. Lembro coisas ou outras, que o chá veio da China, que o rum foi feito no caribe e que era extremamente importante para os marinheiros, que a cerveja vem desde a antiguidade. Sobre o vinho eu já sabia tudo antes da apresentação. Mas sobre o café eu me lembro de tudo! Como se fosse ontem que eu pesquisei. E jamais esquecerei tão cedo. Pois, a cada dia que bebo café eu me lembro das aulas de SSS, que mudaram muito minha forma de pensar sobre a vida, algo que infelizmente, não ocorre em tudo na escola. E apesar de tudo que eu aprendi e todo amadurecimento adquirido por ter repetido o segundo ano, este ano seja eternamente um pesar para mim e uma parte triste de minha juventude. Mas, enquanto as aulas de SSS, e o trabalho do meu (por mim algo que nomeio àqueles que são muito mais do que profissionais pagos para ensinar) mestre Paulo Henrique, delas eu não tenho o que reclamar, pelo contrário, sou eternamente grato.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Ilha das Flores

Outro documentário mais do que essencial! Eu o assisti sábado retrasado no canal Brasil e o Luiz Vedovello me falou sobre ele também no ultimo post.

A ilha das Flores - escrito e dirigido por Jorge Furtado e lançando no ano de 1989. Documentário que aborta diversos problemas sociais, como: A falta de saneamento básico, má distribuição de renda, consumismo, desperdício de alimentos, racismo... etc... Tão abrangente que é até difícil de contar a magnitude de assuntos abordados. Aquele tipo de documentário que assistimos na escola (algo que eu fiz na minha quinta série com este documentário, acho) e leva os professores e alunos a debater por horas e horas cheios de interesse! Deveras pedagógico ele. Irônico. E nos leva a refletir sobre como é findada a nossa sociedade, e o quão ridícula e simples as vezes ela é e nós mal percebemos. O documentário é cheio de bom humor devido a infantilidade que o narrador usa para descrever os fatos. Mas essa simplicidade simplesmente se transforma em algo impressionante no decorrer do curta, conforme nós vamos nos deparando com o clímax e o mote central a"Ilha das Flores", ou até mesmo certos assuntos como o "Holocausto", fim único do documentário que abordou tantos outros assuntos antes só para atingi-lo.





Dividido em duas partes no You Tube.
Mas para quem quiser consultar o site do filme, ele está disponível gratuitamente para download em vários meios.

No wikipedia há algumas ligações para sites com várias informações a respeito.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Beyond Citizen Kane - Muito Além do Cidadão Kane

Um dos melhores documentários que eu já assisti. Produzido por não brasileiros, para brasileiros(os seres que cortam madeiras cor de brasa), mesmo que não fosse a intensão dos produtores . Brasil - Muito Além do Cidadão Kane (1993) - Por Simon Hartog. Produzido para o Channel Four Britânico e não para a BBC como muitos dizem. Documentário atualmente e desde o seu lançamento censurado e proibido. Com a participação de Chico Buarque de Holanda. Washington Olivetto. Entre outras personalidade intelectuais de nosso Brasil. Contextualizando a história da TV por nossas terras. E a construção do império chamado Rede Globo. E toda a sua articulação política promovida por Roberto Marinho desde os tempos da ditadura militar! Algo que manipulou durante décadas a população e ajudou também a construir a descaracterização cultural do Brasil. Sem citar as outras redes de TV que conseguem ser piores 10x que a rede globo só que comercialmente, também, 10x em menor escala. Provando que TV aberta no Brasil é algo, nada mais, nada menos que, lamentável.

Documentário de caracter obrigatório para todos brasileiros!

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/08/260569.shtml

http://criticanarede.com/kane.html

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/asp1507200392.htm

Textos interessantes sobre a censura do documentário, entre outros.

"Banimento no Brasil

O filme seria exibido pela primeira vez no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro do Rio de Janeiro, em março de 1994. Um dia antes da estréia, a polícia militar recebeu uma ordem judicial para apreender cartazes e a cópia do filme, ameaçando em caso de desobediência multar a administração do MAM-RJ e também intimidando o secretário de cultura, que acabou sendo despedido três dias depois.

Durante os anos noventa, o filme foi mostrado ilegalmente em universidades e eventos sem anúncio público de partidos políticos. [1] Em 1995, a Globo tentou caçar as cópias disponíveis nos arquivos da Universidade de São Paulo através da Justiça Brasileira, mas o pedido lhe foi negado.

O filme teve acesso restrito a essas pessoas e só se tornou amplamente vistos a partir da década de 2000, graças à popularização da internet.

Distribuição e o fenômeno Internet

A Rede Globo tentou comprar os direitos para o programa no Brasil, provavelmente para impedir sua exibição. No entanto, antes de morrer, Hartog tinha acordado com várias organizações brasileiras que os direitos de televisão não deveriam ser dados à Globo, a fim de que o programa pudesse ser amplamente conhecido tanto por organizações políticas e quanto culturais. A Globo perdeu o interesse em comprar o programa quando os advogados da emissora descobriram isso, mas o filme permanece proibido de ser transmitido no Brasil.

Entretanto, muitas cópias em VHS e DVD vem circulando no país desde então. O documentário está disponível na Internet, por meio de redes P2P e de sítios de partilha de vídeos como o YouTube e o Google Video (onde se assistiu quase 600 mil vezes).

Contrariando à crença popular, o filme está disponível no Brasil, embora em sua maioria em bibliotecas e coleções particulares.

Livro

Quando era funcionário do Museu da Imagem e do Som de São Paulo à época do lançamento do documentário, Geraldo Anhaia Mello havia promovido exibições públicas do mesmo. Quando soube, o então secretário de cultura da cidade de São Paulo Ricardo Ohtake proibiu as exibições, com a alegação de que a cópia do acervo era pirata. O pedido de proibição veio de Luiz Antônio Fleury Filho, então governador do Estado de São Paulo. Mello cuidou de fazer cópias do documentário e se encarregou, juntamente com outras pessoas, da dublagem e distribuição. O livro, que veio logo depois, se trata de uma transcrição em português do roteiro e das entrevistas, exceto alguns trechos de entrevistas de rua ou cenas do acervo da Globo. Os trechos não-dublados no vídeo estão presentes na transcrição."

Retirado do Wikipedia.



Primeira parte do vídeos.

Temos ele completo dividido em quatro partes no Youtube ou no Google Videos.

Mas entrando no wikipedia, temos as ligações para baixa-lo completo e dublado.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Férias Misteriosas no Inferno

Tínhamo-lo e sua amada. Imaginem um cubo branco. Oco por dentro. Esse era o mundo que ambientava esta história. Os dois caminhavam e caminhavam. Sem rumo certo. O caos à frente. Ele, que eu não sei o nome, aparentava estar mais amedrontado que ela, que eu também não sei o nome. O aperto das suas mãos era o único conforto que os mantinha em rumo. Neste ambiente não havia oxigênio. Não havia realidade. Não havia nada e nem ninguém. Só os dois, seguindo à diante. Sem nenhuma certeza. Só com a esperança de chegar a algum lugar. Lugar algum. Para quem sabe, viverem novamente como sempre viveram, como dois amantes felizes. Palavras chorosas e sentimentais, daquele que busca forças na amante, fazendo dela uma nova mãe, a mulher de sua vida. Ele homem que sempre se mostrou controlador, forte, daqueles que nem o pior dos líderes consegue controlar agora segurava na mão de sua amada fortemente, sendo guiado por horas e horas e horas, cansado. Querendo desistir... – Amor, não agüento mais, por favor... O que fizemos para merecer isso? O que? O que? (Chorando) Por que temos de andar e andar sem rumo algum, até onde isso dará? – Acalme-se gatinho, a gente consegue isso, eu tenho certeza que da misteriosa forma que chegamos aqui, algum dia sairemos, sei que já se faz um mês que andamos e andamos e nada, mas alguma hora! Sim! Quem sabe? Fica calmo! Por favor! Lembre de tudo aquilo que você me disse nos primeiros dias – Os dois trocavam certas palavras de consolo, mas ultimamente... As coisas para ele, que nunca foi dos mais fortes mesmo com o tipo, agora desistia.

-Mas é que esse branco. O branco, e todo esse tempo. Sem comer e comer. Já avistamos aquela fenda já faz dias e nada, nada de chegarmos lá... Nada.

E assim prosseguiram novamente. Mais uns dias a caminhar.

E no nono dia. O chão que parecia infinito agora se dividia em dois. A cima de suas cabeças, nesta infinita sala iluminada, as lâmpadas fluorescentes que não se viam agora brilhavam mais fracas. Era uma escada onde lá em cima a muitos e muitos metros parecia chegar o fim. Eram já um mês e alguns dias que misteriosamente eles foram jogados neste mundo. Todo este tempo, sem comer e sentir fome, sem beber e sentir cede. Sem dormir ou sentir sono, era como se fosse à maior danação eterna, umas férias no inferno como ele dizia todos os dias de caminhada a ela. No começo ainda trocavam alguns beijos mais apaixonados, mas agora, esses beijos eram só lagrimas de consolo.

-Quem sobe antes? – Perguntou ele, como se pedisse para ela o carregar para cima.

-Vá você que eu subo depois – Respondeu ela.

O que ela não percebia e o que ele não disse. Ele estava com o maior dos medos. Mas após respirar fundo quatro vezes, tremulo, colocou a primeira mão e seguiu a subir. Subiam e subiam, seus corpos pareciam ter perdido qualquer uma de suas forças materiais. Não cansavam. Foram dois dias de subida incessante. Tantas e tantas vezes sentiu a vontade de largar dos degraus e cair, cair e cair... Fugir de toda essa dor que sem escolher, sem nenhuma explicação sentia e não desejava de forma alguma continuar sentindo. Mas ela, sua amada, era forte, e segurava qualquer uma dessas suas vontades. Coisa que há tempos, ele que fazia com ela, ele que obrigava ela a andar de sua casa até o terminal de ônibus mais próximo, coisa que não durava nada mais ou nada menos que uma hora, mas ele a obrigava, ela de vestido e ele atleta. Obrigando ela a andar. Brigaram muitas vezes por isso. Mas agora a realidade mudara.

Enfim, subiram ao tão esperado topo. No topo, uma bandeira do Brasil balançava lindamente, por um vento que não viam vindo de nenhum lugar.

-São só mais algumas caminhadas até a próxima fenda. Você vê? – disse ele tentando liderar por agora.

-Sim, mas agora, que estranho. Parece que temos que descer um pouco. Você vê uma mancha índigo ao fundo. Parece que a partir desse tom temos mais uma descida, o estranho é, será outra escada?

Andaram por apenas vinte minutos.

-É, chegamos, você estava certa, é outra escada. E bem curtinha. Mas o que será lá em baixo?

A vista era uma queda infinita. Onde, uma pequena escadinha cor de prata, levava para um pequeno quadrado com pouco mais que seis metros quadrados.

-É não há outra alternativa a não ser descer e ver.

Mas ele estava com medo.

-Mas, você tem certeza, como faremos pare descer por esta escada? Ela se suspende para baixo, eu não sei descer por uma escada na vertical, assim, não dá para simplesmente por o pé e descer, teremos que virar as costas. Não. Não sei. Estou com medo. – Disse ele.

-Amor, calma, é fácil vai! Vê se não vai dar um de besta agora que já estamos chegando a algum lugar depois de UM mês de caminhada!

Ela calmamente o ajudou a descer como um pai ensina um filho e se pôs a descer logo atrás. E de longe podemos ver os dois descendo, devagar, com medo, até chegarem a um quadrado. A partir do quadrado, eles puderam ver uma pequena tábua de madeira. Tábua esta que os conduziria até o outro lado de um quadrado, que já mostrava ao longe, rastros de um local urbano, a esperança para eles, eram sons dos ônibus, dos carros, das buzinas, de suas realidades. Abraçaram-se forte. Pois, talvez, após a tentativa de passar por essa estreita tábua, com cerca de quarenta centímetros de largura, poderiam jamais se ver. Amantes de um ano já! Poderiam cair, e ao cair, não saberiam quando se encontrariam de novo, e se isso seria possível. Mas esse um mês de caminhada infinita, os fez sem sentimentos, sem sensações, sem nada de humano que ainda pudesse restar de real, era um abraço artificial, forçado, pois afinal! Ainda se amam muito! Muito mesmo! Mesmo sem qualquer sentimento humano. Um beijo, leve e longo. Seco. Ele dizia que jamais atravessaria aquilo, que não dá! Ele sempre se equilibrou nas guias de ruas, mas agora, não... Não iria de forma alguma. Mas dizia isto com a certeza de que iria, era a única alternativa. Ele parecia um molenga chorando e reclamando toda hora, coisa que ele jamais foi! Mas estava sendo, a fim de ganhar algo de sua amada, eu acho.

Após todo o drama. Ela deu a mão a ele dizendo:

-Vamos juntos. Juntos. Eu pisarei e você irá atrás. Se conseguirmos, só mais uma semana de caminhada. E estaremos em casa, juntos de novo! Para sempre! Como sempre sonhamos.

Um ultimo abraço. E as mãos atadas. Isso o fez lembrar dos filmes de Indiana Jones. Uma pisada. Um sorriso. Um sorriso em resposta. Outra pisada e um calafrio. Estavam já suspensos sob o ar. Outros passos, agora sentiam que conseguiriam sim! E andaram pela tábua. Eles podiam ler um pouco mais a frente, cheios de frio na barriga, até mesmo ela que fora forte todo esse tempo parecia querer desistir. Liam. Logo no fim da tábua. Suspensa, sem nada segurando. Uma plaquinha vermelha iluminada, daquelas de saída de emergência. Escrita de branco. Saída. Essa placa parecia ser um anúncio para a morte de ambos. A placa que os conduziria para o fim eterno. De repente, ele... Se vendo sob esta situação perde ela de suas mãos, ele perde ela de vista. Era agora somente ele suspenso sob essa tábua. Sozinho, aonde fora parar seu amor? Cadê? Porque ela sumira? Por quê? Ele só conseguiu tudo isto por ela!

Aquele frio na barriga novamente, o corpo mole. Mole como nunca estivera. Tremendo. Ele disse a si mesmo que não desistiria nunca! Iria prosseguir sim, mesmo com o sumiço dela! Mas ouvia a voz de sua amada em um lugar que não sabia aonde, ouvia suas suplicas! E não conseguia identificar as palavras! Ele caiu de lado, como se perdendo o controle do corpo todo. Caia e caia. Vendo tudo a baixo de si girando e girando e girando. Agora podia sentir o vento que balançava a bandeira de sua pátria amada em seu rosto. Caia e caia. Sob uma velocidade que nem ele sabia. Todas as suas vísceras pareciam ter se desintegrado devida ao frio interno e toda sensação de explosão goela a baixo.

E ela se encontrava abraçada com ele, mais tarde, após a queda. Em um banco de praça sob a cidade de São Paulo. Os dois, sorrindo. Alegremente um para o outro. Fortemente! Agora estavam juntos de novo! – Eu te amo mais que tudo – Dizia ela – Eu também meu amor! Mais que tudo neste mundo, conseguimos, conseguimos, agora seremos mais felizes do que nunca! Só nós! Conseguimos, estamos aqui de novo! Que lindo! – Respondeu ele. Até o momento que uma jorrada de tiros de metralhadora veio próximo a eles... Uma jorrada... Gritos e mais gritos... Pessoas mortas... Seria este o fim?

As coisas se revelaram a ele através dum sonho, numa fria e fechada tarde de setembro. Quando a primavera não se revelou das mais inspiradoras. Aqueles dias que acorda e já sabe a depressão que se encontraria por todo o seu estar durante o passar das horas. Nada mais resolveu fazer do que dormir. E dormiu. Dormiu sem pensar nas conseqüências, ou nas obrigações que deveriam se suceder. Por passadas lentas e olhar moribundo, seguira pela guia da rua que morria em sua. Desligara-se da música que o acompanha sempre pelas jornadas escola-casa e casa-escola. Desviara das fezes animais e se emocionara quando viu um pequeno e belo gato pedindo carinho a ele. Lembrou do seu gato o esperando por uma felícia. Mas voltando ao sono. Ele dormia faminto. Entorpecido das drogas matutinas. Coberto por um amontoado aconchegante de edredons e cobertores, esquentando seu corpo ao ponto da sudorese. Seu gato fugira dele. E ele capotava sobre a realidade do sono e sobre a falsidade da vigília. Os sonhos.