segunda-feira, 26 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Crise é o nosso negócio (Our brand is crisis) – Rachel Boynton
Escrito por mim para aula de Ciência Política para Relações Internacionais, ministrada pela Professora Doutora Maria Hermínia Tavares de Almeida na Universidade de São Paulo.
O documentário mostra perfeitamente a disputa por um cargo político em um país de regime democrático, no caso, a Bolívia em suas eleições de 2002. Tem-se uma aliança entre política e marketing para reeleger o ex-presidente e candidato Gonzales Sánchez de Lozada “Goni”, depois de 5 anos do término de seu primeiro mandato. Para disputa haviam três candidatos potenciais, entre eles: Evo Morales, Goni e Manfred. Goni, para reformar sua imagem de ex-presidente, que deixou seu cargo em 1997 com uma reputação nada satisfatória, contratou a empresa Greenberg Carville Shrum, especializada em consultoria de marketing.
Os consultores conseguiram reformar sua imagem, promoveram propagandas negativas de seus opositores, utilizaram a opinião pública, sem se prenderem no que de fato seria melhor para o povo. Goni foi reeleito por maioria simples, isso significa que todo o restante dos eleitores, que não votaram nele não o queriam na presidência, mostrando que apenas uma minoria compactuava com sua posse (a eleição foi acirrada, os três candidatos receberam uma porcentagem próxima de votos, com Goni ganhando por uma diferença de menos de 5%).
Após a posse e os primeiros meses de mandato, a população insatisfeita com as ações de Goni realizou diversas passeatas (resultando em mortes e repressão) que exigiam políticas de acordo com seus desejos, além duma reforma constituinte. O repudio às ações de Goni jamais fora tão grande, como o aumento de impostos, a privatização de empresas ou com a exploração estrangeira de recursos naturais bolivianos, a exemplo do gás natural. Goni pouco fez para ouvi-los, e após alta pressão, renunciou ao cargo de presidente, deixando a Bolívia em estado caótico. No final, todo marketing usado por Goni mostrou-se ineficaz para mantê-lo no poder.
Devem ser analisados e revistos pelos tribunais eleitorais de cada país se há ética e eficácia por parte dos candidatos na disputa pelos cargos, com o uso indiscriminado do marketing. O papel desse é essencial em regular as disputas e evitar a manipulação da opinião pública com fraca cultura política, desinformada e passível de manipulação. Além de moralizar a disputa, punir, dizer o que deve ou não ser feito, até onde podem chegar os marqueteiros sem deturpar a disputa.
O sistema eleitoral de maioria simples influenciou nos problemas bolivianos. Se talvez houvesse um sistema de dois turnos, um candidato mais apto a representar a vontade popular poderia ter sido eleito, sem que houvesse tanta violência, atos e passeatas que terminassem na morte de diversos cidadãos e na abdicação de Goni. O marketing pode promover o candidato ao poder, mas não garantirá sua permanência no cargo disputado, não fará aceito seu projeto de governo, ou sua ideologia, pelo povo, que é soberano. É essencial que o governante represente o povo e um sistema eleitoral eficiente garanta essa representação da forma mais fiel. O governante que não representa seu povo (como foi o caso de Goni), acaba não tendo legitimidade, e pode não governar de forma eficaz, sendo eventualmente obrigado a abdicar de seu cargo.
São tocados vários pontos que concernem a democracia representativa, as disputas pelo poder, os problemas do sistema eleitoral escolhido, a dificuldade para governar de um presidente que não representa bem seu povo, a (não)aceitação e (não)legitimidade desse, mesmo nos países com fraca cultura política, educação frágil e em alta crise. Sobretudo, este documentário também mostra como o marketing preponderante de um candidato pode alterar no resultado das eleições, causando um final infeliz para todos.
"Again, men have no pleasure (but on the contrary a great deal of grief) in keeping company where there is no power able to overawe them all. For every man looketh that his companion should value him at the same rate he sets upon himself, and upon all signs of contempt or undervaluing naturally endeavours, as far as he dares (which amongst them that have no common power to keep them in quiet is far enough to make them destroy each other), to extort a greater value from his contemners, by damage; and from others, by the example.
So that in the nature of man, we find three principal causes of quarrel. First, competition; secondly, diffidence; thirdly, glory."
Thomas Hobbes
terça-feira, 6 de abril de 2010
Que merda é poesia?
Eu não sei o que é poesia
Como não sei ler poesia
Da mesma forma que não sei interpretar poesia
E não entendo nada de poesia
Como também não ser escrever poesias...
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