quinta-feira, 1 de maio de 2008

Sobre o Kung Fu




Fotos do ultimo exame do dia 26/04/08 -Exame meio vazio, era o mais graduado. No fundo o Martinelli.

   Faço Kung Fu desde outubro de 2005, contarei a história do por que disso e o que me fez chegar lá. Sempre quis fazer alguma arte marcial desde pequeno, não sei se pelo grande número de desenhos e seriados japoneses que atiravam em nossas mentes daquela década de 1990 ou se pelos filmes americanos como Karatê Kid ou os clássicos da “porrada” como Bruce Lee e Jackie Chan (sempre diretamente ligados as tão fabulosas artes marciais, nada muito diferente de hoje). E em um dia andando pela Avenida Santa Inês, próxima a minha casa, como sempre fiz, resolvi parar na (por mim tão bajulada desde sua fundação) academia Choy Lay Fut de Kung Fu. Entrando para ver a academia acabei me empolgando e decidindo-me a praticar, e isso eu concretizei, depois de muito tempo convencendo os meus pais desde criança que num simpatizam muito com artes marciais (já fiz judô, natação, escola de esportes, musculação, ou seja, tudo que já pude fazer em nada disso me firmei). Nunca esqueço a primeira vez lá falando com o Martinelli e fazendo perguntas básicas para testar a academia. Na época fazia musculação, mas a partir do tempo que fiz Kung Fu acabei largando-a. Era um tempo meio complicado, tinha catorze anos, fazia cursinho para passar em alguma escola aí, tinha aprendido o que eram mulheres e alguns problemas que trazem os relacionamentos afetivos, enfim, estava largando de vez minha infância e não havia nada melhor que alguma coisa que envolvesse físico e mente para me influenciar de uma maneira gostosa a minha vida. Sem saber de nada disso, com inocência, joguei-me com tudo ao Kung Fu.

  Fui indo, apesar de nunca ter tido uma freqüência rotineira na academia devido a minha personalidade me mantive fiel e apaixonado, sempre mostrando a todos o que aprendia, querendo fazer tudo direito e passar rápido de faixa, oh se passava, cheguei rapidinho na vermelha! Como uma criança perdida em uma loja de brinquedos eu ia treinar e desenvolvia dentro de mim essa arte, apesar mesmo de todos os transtornos de curiosidade universal que essa idade de catorze e quinze anos proporciona. Às vezes tinha preguiça, outras operava o nariz ou o dente do siso, às vezes viajava e faltava, nada me impedia. Enfim, o laço apertou e fui criando rotina e freqüência maior.
  
   Agora, maio de 2008, após quase três anos de treino e prática dessa arte. Hoje já aprendi o currículo de mais de seis faixas, fiz curso de instrução, técnicas extras, já fui a um campeonato, faço treino de técnica de luta e me mantenho firme e empolgado treinando e estagiando como instrutor. Tudo isso com o Martinelli e na academia Choy Lay Fut.

   E neste sábado dia 26 de abril eu finalizei mais uma etapa de treino e dedicação nesta arte e passei para a faixa vermelha, faltam mais duas para preta (para evitar perguntas, mas não há pressa por minha parte, nem devo). Kung Fu é isso, é tu querer, atingir, aprender, estudar, desenvolver, percorrer uma longa jornada, vivenciar e se impressionar com o caminho que já percorreste, olhando ao horizonte e vendo o quanto ainda tens de percorrer. É paciência, perseverança e isso que parece ser algo “zen” e incompreensível para nós ocidentais o Martinelli não nos diz muito, nós sentimos. O Kung Fu nos mostra isso, esses chamados clichês das artes marciais, o melhor de tudo é que isso vai à vida, o Kung Fu vira nossa vida! E quando vemos já não há mais uma barreira que nos separa desta filosofia, arte do corpo ou da guerra.
  
   Mas guerra? Sim. Artes marciais foram feitas para a guerra, para a violência, para matar... – Mas Lucas tu gostas de sair batendo em pessoas por aí? Ainda mais neste mundo com armas, porrada não resolve não, existem armas de fogo! – Alguns indagariam. Existe a Ioga, que ensina tudo isso também e não meche com violência. Enfim, para nós, saber que poderemos ter uma força maior sobre nós e os outros através de meios marciais e físicos nos põe acima da sociedade, saber que podemos matar qualquer um usando nossas mãos é algo vantagioso e agradável a todos. Acho que é isso que buscamos, nos colocar a cima, crescer, evoluir, nos colocar em um ramo mais alto. E quando chegamos lá, não queremos guerra, não queremos violência, aprendemos o quanto isso é fatal, o quanto isso é sério. E nos policiamos, policiamos o mundo, não há sentido para agressões e abusos. É como andar na rua se sentindo forte e preparado para lidar com desafios, mas não nos entregamos para o mal. É capaz de um artista marcial contemporâneo de verdade morrer e nunca precisar usar de sua força. E todos os golpes fatais, todos os ataque a pontos vitais se tornam um aprendizado que geram tudo aquilo que eu já disse de a mais em nossa vida, nos fazendo potentes e pacientes. Se por acaso um dia tiver de usar isso, saberei usar de forma eficaz e correta, pondo-me satisfeito com tudo isso que aprendi. E isso dizia Bruce Lee em seus filmes e livro, assim como muitos outros artistas marciais, todos os hábeis e verdadeiros artistas. Eis a filosofia das artes marciais.

Site da Academia Choy Lay Fut de Kung Fu

Vídeos meus e do ultimo exame no You Tube

5 comentários:

  1. Quando fiz Tae Kwon Do era pequeno, criança, moleque. Não tinha disciplina, propriamente dita, mas em questão de meses quase alcancei o almejado espacate. Exatamente por conseguir tudo muito fácil, larguei com a mesma facilidade, sem arrependimentos. E até hoje não os tenho. Eu vi o poder das artes marciais, a necessidade de se policiar para não tornar-se violento, e, ainda criança, meu subconsciente me afastou daquele ambiente, porque artes marciais exigem, acima de tudo, responsabilidade - auto-conhecimento. Não é necessário começar já se conhecendo perfeitamente, pois isso seria uma exigência que literalmente esvaziaria todas as academias deste mundo nosso; a questão é o "querer" interno, "querer" obter, por meio de duros esforços, o auto-conhecimento. É por isso que Bruce Lee era um grande homem em todos os aspectos de sua vida: como marido, como pai, como lutador, como ator, com sua fluência e ausência de sotaque no inglês, nas entrevistas que deu e nos filmes que fez; Mas nem todos são como ele; Pascholatti, posso dizer que você está no caminho. Adiante avante.

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  2. Valeu Fernando, você entendeu perfeitamente o que quis dizer, é esse o real valor que as artes marciais nos passam acima de tudo, que se sobresaem da técnica adquirida em si, valores incrustados nela! Pra frente e avante, tenho muito de aprender, e quanto mais treino, mais sei....

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  3. Muito legal o texto Lucas. Cada um de nós tem uma história incrível pra contar sobre nossas experiências singulares e as mudanças que o Kung Fu trouxe às nossas vidas. Legal você compartilhar a sua.
    Se eu fosse comentar detalhadamente o texto acho que teria que escrever uns 10 posts e seu comentário da minha resposta teria mais uns 20 e por ai ficariamos dias escrevendo.
    Ponto de vista é algo muito complexo e individual, a única verdade é aquela que seu coração diz ser a verdade.
    Mas esse senso crítico de si mesmo e a auto-introspecção são qualidades formidáveis. Porém existem outras, não se esqueça.
    Enfim, quaisquer necessidades pode sempre contar comigo.
    Abraços

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  4. Eu acho q isso serve para qualquer começo de alguma atividade (mas é claro que sente a mesma sensação de amor ao que faz) e no meu caso foi com o ballet clássico, pequenina ainda, mas já sabia o q queria e como qualquer outro inciante toda desengonçada, porém com toda a desposição para as aulas e com todo esse amor, é claro q os professores não poderiam não comentar, ficava super feliz e cada dia que se passava a vontade de dançar era maior e maior. E depois de alguns anos vejo que faltam poucos anos para terminar e vejo o quanto suei para passar de cada ano e ver que cada ano q se passava via o resultado esplêndido aos palcos dos teatros.

    É isso aí amor !
    Continue aprimorando seus conhecimentos.
    Pé na tábua .

    lido.

    TE AMO!

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  5. PÔ, kra, a Federal num eh "alguma escola aí", ela ateh q eh frmza. hehe
    Bem, eu li o texto e pensei na epoca q eu praticava judô, era um tempo bom.
    Apesar do judô ser considerado uma arte marcial bem mais simples e menos badalada q o Kung Fu ou o Tae Kwon Do q o Fernando citou, eu me lembro de muitos dos sermões sobre força, leveza, responsibilidade e paciência.
    EU tive q parar pra me dedicar aos estudos a fim de entrar "em alguma escola por aí" e sinto alguma saudade dakele tempo, mas, bem, eu desejo força e sabedoria pra vc em sua jornada marcial, Pascholatti, o
    Shaolin dos novos tempo.

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