quinta-feira, 16 de julho de 2009

Agora

Deformidade de ideias
De ideias ao nada
Por todos os cantos
De tudo perdido
Fragmentos espalhados
Inúteis e iluminados
Fragmentos...

Bocas repetem:

Ausência de nexo
Num mundo global
Original desinteressante

Deformidades sujas.
Numerosas cifras no infinito.

...

Pós-futurismo.
Coisas ditas e jamais lembradas
De emissores e receptores
(Presentes e/ou imaginários).

Pensamentos mentirosos:
(Nos iludimos)
-Somos belos.
-Românticos.
-Otimistas.
-Importantes.

Outros:
(Entre mim - Quando somos)
-Descrentes.
-Morremos para viver.

Falamos do quê?
Não sabemos falar.
Se expressar.
As línguas mudam,
Evoluem...
Pra melhor?
(Morrem... Vivem...)
Darwinismo linguístico
Na seleção natural
Da expressão.
Nos limitamos
Voltamos às cavernas.

That's Newspeak, Mr. Orwell!
Occasion won.

-Sobrevivem os ignorantes
O mundo tornou-se dos ignorantes
Fizeram sobreviver os ignorantes
Castraram os brilhantes
Natural, nada de errado
Sejamos ignorantes
Pois, sobreviveremos.

Cortam nossas palavras
Arrancam nossos pensamentos
Castram nossas mentes
Dessecam-nos.

(Relembrem - é tudo mentira)

Ideias fragmentadas
Disformes...
Vomitadas.

-Teus argumentos são ruins.
Disseram-me.
Respondo:
-Pior do que o vírus do teu câncer.
(Maldito, não sabe do que se trata)
Nossos argumentos são ruins
Não há argumentos
Num mundo de pessoas acéfalas.

Quem tem argumento?
Antônio Vieira?
Quem o entende?

O mundo morre
E somos seus últimos suspiros.
Grito em vão
Sou menos que o nada
(Fabiano você é um bicho)
Pois, não sei me expressar
Pior que o bicho
É o vírus do cancro!
Mais minúsculo qu'isto.

Meus desejos:
Inutilidades
Vontades:
Alguns restos
Decomposição vitalicia.

Grito em vão
O ambiente sou eu
Eu importo
Subjetividade mor.
Quem liga para fora?
O mundo morre.

Jamais me ouvirão.
A pequenez das ideias
Disformes.
Mal expressadas
Das línguas necrosadas
Que sangram na fala
Do mundo que expira
Exala morte
Quente
Seca
Da sujeira
Poluição
Consumido, usado.
Mais comido que as putas
mais baratas...
Que as matas
mais extintas...
A cinza dos consumidores.

Consumimos
Crescemos
Material orgânico
Em potencial
-Suicídio.

O câncer!
O vírus do câncer!
Mesmo ele, morre em nós.
Quando não os matamos...

Quem morre por câncer,
Ou mata-o
Ou o câncer o mata
Matando-se...

Fagocitamos tudo!

-Não sou um homem, sou um bicho!

Pobre de quem se acha um bicho.
Ele não sabe.
O bicho é bom...
Quem se acha um bicho
Não sabe usar adjetivos
Para se referir a si mesmo
Como aberração
Chama-te homem mesmo!
E erga a cabeça, feliz!

Grito em vão...

O fragmento
Do que resta em pó
Do fragmento
Modernista
O cubismo
Do homem descaracterizado
Globalizado
Sem identidade
Pior dos predadores
Centrado
-Diz-se grande, ora, por quê?
Se ilude...
É pequeno
(Autoajuda-se)
Mata-se, talvez assim, viva.
Nem o impulso mais vale.
Da arte disforme.
Perdida.
Fragmentada
No tempo e espaço.

Como tudo

Não pode mais se inventada.
Não mais.
Somos incapazes.
De entender
Expressar
Falar
Escrever
Estamos
Chegamos ao ostracismo.

Quem me vê? Quem me ouve?

-Tudo morre.
Tudo.
-Morre a vida.
-Morre um homem.
-Já viveu? O homem...

Grito em vão!
-Ideias ao nada!
Apenas cinzas
Suspiros...
Fragmentos disformes
Vômitos.
Ao nada...

(Desabafo - 27/07/09)

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